viernes, 26 de noviembre de 2010

Inverno

No próximo inverno as coisas terão mudado.....
Soldados nas esquinas serão passado........
Reinado estará novamente a paz que jaz agora.....
Atordoado pela vida que dissimula a existência.....
Apertando o botão que me sufoca......
Como uma camisa fechada até o pescoço para impressionar.......
Talvez no próximo inverno as coisas terão mudado.....
Fome e incerteza será consumado......
Consumido dentro de um rótulo............
Procurando o que fará de você.......
O próximo inverno vai dizer.......
Uma nova temporada, nova irvernada.........
Quem sabe se, no próximo inverno o inverno não venha tão frio......
A chuva não castigue tanto......................
E a solidão não seja falta de opção..........
No próximo inverno as coisas mudarão.............
Na próxima estação te espero com certeza......
Lutando pela paz e sua fraqueza........
Seja estranho ou breve..........
Que o próximo inverno seja intenso.......

lunes, 4 de octubre de 2010

http://g1.globo.com/especiais/eleicoes-2010/noticia/2010/10/tse-dara-prioridade-julgamento-de-fichas-sujas-diz-presidente.html








Bem, não há muito o que dizer a respeito de tudo, afinal tudo é a mesma coisa a anos, mas de qualquer forma, a chama se reacende quando vejo um quadro como este que segue no link.





Minhas idéias de idealismo, acreditarmos JUNTOS e fazermos alguma coisa, não só é uma possibilidade como uma VERDADE.





Deem as mãos uma vez mais, e voltemos a acreditar, nossa visão não é torta, nem uma forma de prostesto vão, diga sim a mudança, diga sim ao sair da sua caverna.

miércoles, 15 de septiembre de 2010

Como é que eu troco de canal?

Hoje fazem oito dias exatos.....
Oito dias que sai do meu transe......
Foram dias difíceis, não vou dizer que é fácil domar o que existe dentro de mim. Muito menos vou dizer que faço isso com bravura e discernimento, eu, mais do que ninguém, e talvez, somente eu, sei o que é ser isso que estou, real.
Toda minha estrutura balançou, abri os olhos pra coisas que não queria ver, no entanto, vi.
Estremeceu dentro de mim muitas verdades, como um sorriso de sua mãe, ou a certeza do retorno, quando do sentimento dedicado.
Não vou dizer que estou feliz, confesso, estou muito triste, mas pelo menos de olhos abertos. Acredito essas minhas últimas horas fora da realidade que me insiro por acreditar, e ser realmente, mais feliz. Meu dopping quem sabe, jaz pronto me espera, e esperam que eu tome. Me cobram esta realidade, pelo fato de eu ficar mais "tratável", quando, na verdade, é apenas meu eu, dopado, porém, minha felicidade neste mundo vale muito mais, quando ao meu redor, vejo as pessoas felizes, mesmo meu subconsciente, vendo tudo errado, não aceitando, meu corpo diz sim, tudo bem então, tranquilo!!!
Estas palavras hoje saem de meu corpo, e talvez eu não retorne a vê-las, nem mesmo a reconhecer-me nelas, mas dentro de algumas horas, elas são minhas, as verdadeiras, as reais!!!
A partir daqui, voltarei a meu estado "normal", não natural, mas feliz.
Algumas sequelas ficarão, com certeza falei coisas desagradáveis que demorarão algum tempo pra cicatrizar, ofendi, com certeza, por ser eu mesmo, por ser assim, mas enfim, de que me vale?? Afinal meu outro eu, este é bem melhor pra todos.
Por hora, vou embebedar-me mais um pouco da mais pura verdade do meu eu, que apenas eu consigo aguentar, suportar, e mesmo, aceitar, e daqui algumas horas tudo voltará a seu lugar.
O que me tranquiliza é que por alguns dias houve novamente a verdade, desagradável, crua, rude e sempre inquieta, mas houve! Eu talvez nem me lembrarei, mas a sensação de ser aquilo que fui feito, ao natural, errado, podre, indignado, justo, ferrenho, me valeu muito, agradeço aos oito dias, e me despeço deles agora, pra sempre!!
Bem vinda vida "real"!

viernes, 20 de agosto de 2010

15 ao todo

Três acordes bastam!!!
Três centímetros fazem diferença!!!!
Três minutos tudo pode mudar!!!!
Três amantes é demais!!!!
Três vezes três é nove!!!!
Três palavras e um sentimento!!!
Três graus a mais, e tudo derrete!!!
Três vogais e já era!!!!
Três litros, e você ja era!!!!
Três anos e muitos sonhos!!!
Três virtudes e um defeito!!!!
Três lugares que me lembro!!!!
Três que ainda não vi!!!!!
Três vidas e uma a mais!!!!
Três desejos e o gênio vira capataz!!!!
O giro do relógio mostra, no entanto, que nem todo três é três, e as vezes o três é quinze, enfim!!!!!

viernes, 6 de agosto de 2010

Nascimento!!!

"Quando nascemos fomos programados, a receber o que vocês, nos empurraram como os enlatados, dos E.U.A (...)"
Com essa frase da consagrada música de Renato Russo, Geração Coca-Cola, começo a escrever o que analisei, e me aflorou ainda mais nesta linda manhã, de sexta-feira beatles.
Dívidas, pagas ou não, são uma realidade de todos, nossas fiéis amigas, mas quão "doce", é o sabor de pagar por aquilo que VOCÊ fez, uma coisa que VOCÊ escolheu.
Retrocedemos muito em nossas mentes, ao depararmos com as dívidas morais que possuímos, dívidas essas difíceis de pagar e suportar.
Ao nascermos, homens, nossa única certeza é que serviremos o exército brasileiro, onde aprenderemos a "sermos homens", pau mandados, silenciados pela força.
Força de um sistema (su)impositório que nos coloca todas as ordens, escondidas atrás de "fardas" e gritos, onde a humanidade deixa de existir, e passa a surgir o sub-humano, nossa condição primária de ser humano, é termos hora marcada para nos tornar-mos sub-humanos.
Afinal, a violência é a arma do negócio, ou o que mais poderia sustentar esse "negócio" que tantos querem se ver livre, mas ainda assim se vêem obrigados a participar.
Preferia eu o sistema antigo, onde o homem, virava HOMEM, na concepção masculina da época, aos 14 ou 15 anos, quando o pai o levava e algum bordel, ou puteiro mesmo, para ver se "gosta da coisa".
É terrível pensar que nosso fardo sempre foi tão pesado, nessa imposição forjada de seres humanos que também tem a sua parcela de inocência, afinal o sistema não foi criado por eles, mas é mantido por todos.
Triste, real, insensato!!!!
A situação ainda é mais abrangente, aos 16, ao invés de irmos aos bordéis, vamos ao pior de todos os puteiros, e no sentido triste do termo, a justiça eleitoral, forjar um documento que é nada mais que o cimento que segura os tijolos das paredes de todo esse sistema.
Ainda é, no entanto, apenas uma dívida "moral", o seu senso de "coletividade e cidadania", que faz você ter "consciência" daquilo tudo que o envolve.
Aos 18, mais uma obrigação moral, agora é instituído, e não há escape, somente a força mais uma vez, detenção aos subversivos, gritam os "civis" mais desinformados e os interessados mais abusados.
Votam nulo, os alienados!!!
Os gritos continuam, é a cultura do "menos pior" que retorna, que nos leva a discursos prolongados em mesas do almoço no domingo, a encher nosso saco com ladainhas antigas e ultrapassadas.
Mas como ultrapassadas??? Se ainda são as idéias dominantes, tão dominadoras da vida de todos, esses conceitos morais, dívidas e obrigações que são inerentes ao entrarmos, sem opção própria, no útero de nossas progenitoras, eu só posso dizer, tristes os caminhos que nos aguardam.
Que nasçamos um dia mais, despertemos da ignorância, e coloquemos a vanguarda de nosso mundo nas estantes, até lá, meus pêsames e minhas desculpas por tudo que criamos.
p.s: dedicado aos Vitor's, Pedro's, Marcelo's entre tantos outros que tem uma vida pela frente e um sub-mundo ao seu lado!!!

miércoles, 7 de julio de 2010

Sobre as Estadas

"A sonata trazia a sensação da falta absoluta de governo, a anarquia da inocência primitiva naquele recanto do Paraíso que o homem perdeu por desobediente, e um dia ganhará, quando a perfeição trouxer a ordem eterna e única. Não haverá então progresso nem regresso, mas estabilidade."

Machado de Assis. Esaú e Jacó - cap LXIX, "Ao Piano".

E o que se restará afinal? Depois de tudo? Sobra-se a realidade, e algumas notas perdidas, um entardecer, um final de dia, e começo de noite!!!

domingo, 27 de junio de 2010

Ao Amanhecer!!!

Em um livro, parado na estante, olho. Verifico que ao redor, nada. Saio à janela, chuva. Torrencial! Lá de cima, de onde estou, minha luz, velas, é a única coisa que contrasta os clarões da chuva. Meu óculos na ponta do nariz, escorrega. Sinto que meu cachecol não aquesce, e uma pequena lareira, esquenta. Meu velho cachorro, sentado, entende-me, calado! Sobre minha pequena mesa meu conheque esquece-me, parei de fumar, portanto, fumo, parado!
Em mente, oculta a história que leio, aprecio em tons, em sobre-tons, sobretudo, distante, apenas a chuva a timborilar na janela!!!
Das pedras que me cercam, e do meu tapete, neste esquecido lugar, num canto alto, de uma torre, sou-me, neste doce amargo bastar-se, pergunto-me o que o olho do furacão vê? Sensibiliza-se dentro de mim uma inconstância completa, total, pela falta, ausência. Minha filosofia está ficando cada vez mais barata, trago o conheque, escorre-me a garganta, mas não sento. A noite é longa, e talvez não amanheça, talvez eu precise continuar nessa imensidão, de muitas coisas, mas de gotas de chuva a cair, mais do que qualquer coisa!
A lua discreta entre as nuvens, um uivo ao longe, deve ter sido, imaginação. Lobos não uivam na chuva, mas quem disse isso? Não sei, deve estar escrito no livro que leio.

Batem-me a porta, meu cachorro olha-me com interrogação, respondo com a mesma. Era apenas um preocupado amparador, que me questionava sobre mais conhaque, olho a garrafa que ainda não terminei, respondo vagamente, os passos descem lentamente a escada. Volto-me a janela e questiono-me, o que será de tudo isso quando amanhacer?

martes, 22 de junio de 2010

Sonoros

Sejamos todos bem vindos....
Venha a esta celebração.....
Celebre o que quiseres.....
Grite, pule, atire-se ao chão....
Não importa!!
O que mais vale na vida é celebrar.....
Eu hoje celebro minha insônia e preocupações futuras....
Celebro desavenças e acusações......
Minha imagem e semelhança....
Do que reflito e do que imaginam ser....
Deve de ser assim, solto e leve....
Denso, porém.
Nada nessa vida é tão bom....
Uma noite, pensamento vagos a esvairssem por estas linhas.....
Teclas que fazem uma sinfonia de palavras não pensadas previamente.....
Na era do teclado, na geração do botão.....
Escuto música, vejo companhia, quando todas me deixaram........
Sereno é tudo que se move lá fora......
Como a torre de um castelo que virá pr'aqui, daqui uns dias!!!

viernes, 21 de mayo de 2010

Prática

Estive pensando, que pensar não presta.....
Liberta, solta, deixa voar....
Se sente viajar e sair do chão.....
Mas isso só acontece com quem sempre esteve preso......
Quando sua mente sente-se voando....
Em suas horas de privacidade intransponível, antes dos sonhos.....
Você para e vê que somente ali é realmente livre......
Você em seus sonhos, pula de edifícios.....
Salta montanhas e cai em abismos.....
Mas, acorda!
Estive pensando, que pensar não vale a pena.....
É uma fuga de algumas horas da prisão que você se mete todo dia......
E chama liberdade......
É sua triste existência que você não muda.....
Mas muda seus sonhos, seus pensamentos.......
Pensar não rende, reduz............
Reduzido pela falta da prática, você apenas pensa.......
Por isso pensar não presta......
Viva mais o que pensa e pense menos no que viver.....
Aí então sinta realmente o que vale a pena sentir.......

miércoles, 21 de abril de 2010

Dialética

Em um último momento, última esperança.....
Tentei, ser alguém, importante, incondicional......
Fui uma vaga esperança......
Um sem número de desimportância.....
Deve de ser algo assim que se deva ser.....
Fechar os olhos, sorrir e tocar o barco.....
Ainda que este abismo esteja aberto.....
Faltando este "exagerado" qualquer de sentimento......
Sem precisar explicar, sem precisar expor.....
Ser, por apenas ser.....
Um algo natural, uma força inexistente........
Vamos sorrir então.......
Fingir, pois destes que se dá a ver os valores....
Destes quer mentem é que por quem se briga.....
De falsos, hipócritas, adúlteros e idiotas.......
A estes referimos "senhor"........
Sou do outro lado......
Do lado da verdade, da inexistência da aceitação do dissimulado.....
Sou extremo, exagerado......
Sinto-me frágil.....
Pois enfim, compreendi, que pra ser o que busco atráves do que sou, terei que mudar!!!

jueves, 11 de marzo de 2010

Como você se sente???

Entre sentimentos puros e alguns nem tanto, eu me pergunto, quando paro por instantes, como me sinto??
Realmente por dentro, por fora, como sinto-me???
Dificil tantas vezes saber, por tantas vezes mudarmos, ou nem sempre....
Como é sentir-se???
Viver de longe, e de repente, cair como uma bola em um meio qualquer....
Não trata-se da continuação de um livro, muito menos um afresco renascentista....
Não é Akhenaton ressurgindo, abalando o Egito......
Mas se trata de nenhuma nova guerra, mas da iminência constante dela.....
Trate-se de como você está se sentido.....
Será que já perguntaram isso pra você antes????
Talvez tenham mesmo........
Você está mesmo caminhando sobre uma corda bamba.....
Ou sob ela!!!!
Mas minha dúvida é saber como você se sente????
Qualquer que seja o sentimento, a razão dele existir ou o que quer que seja........
Mais alguns elefantes sem dentes, alimentando o comércio....
Você com seu sorriso amarelado, não diz nem obrigado.......
Como você se sente???
Qual é a sensação de ver tudo sob seus pés, e você afundando nisso???
De que mais podemos falar???
Vamos lá e me diga.....
Como você está sentindo-se...........
Sua diversão te satisfez, as pessoas te servem???
Seu caminho não é nobre, mas é fácil.....
Como você se sente?????
Como você sente-se????


jueves, 18 de febrero de 2010

Percurso (2)

Chega junto um não sei o que da noite anterior, que como de costume, acabei vivendo-a na íntegra. Para aquele rapaz gordo, o qual o cheirava o seu próprio hálito, parado diante de mim esbraveja coisas que eu não escuto, não é porque não quero, mas porque não escuto simplesmente, acho que isso eu aprendi, escutar é bom, mas tem coisas que....pois é!!
Me viro deixando-o a esbravejar, o que me incomodava, na verdade, não era ele esbravejar, pois eu não estava escutando-o, mas o fedor de hálito podre, que exalava da boca e todo orifício daquele ser humano. Tudo bem, enfim penso mais uma vez na noite, me acalmo e coloco minha roupa, meu corpo agradece, pois eu estava nu fazia já algum tempo.
Olho mais uma vez para aquele cubículo que me abrigou durante uns dias, e ainda lembro de tantas coisas que deixei esquecido ali dentro, foi bom. Saio acompanhado pelo gordo, não que o tipo físico dele me cause algum transtorno, porém é a única coisa que posso falar dele, eu não sabia seu nome, apelido ou coisa alguma, apenas sabia que ele era gordo, porque assim eu o via e que seu hálito era horrível, e seu corpo já havia incorporado tal cheiro, no entanto não posso me referir ao dito como o "senhor hálito", ou "senhor fedor de hálito", por isso, prefiro, gordo.
O contraste com o cheiro de limpeza do corredor, amenizava agora o fedor de seu hálito, ou corpo, não sei, o que me causava enjôo, nesse momento ameniza. Quando passo pelo fulano do final do corredor, o qual escutei o ronco durante todas as noites que passei aqui, porém que nunca me dei ao luxo que reparar em seu rosto, o que me foi bom, economizei um tanto dos olhares que me foram designados nesse mundo.
Nenhuma luz acesa, e nesse momento ainda o frio e a neve apertavam, o que deixava tudo muito escuro, em outros lugares no mundo, poderia dizer-se bem ser ainda umas 3:19 da manhã, o que me conforta, pois imagino, enquanto ando com o gordo ao meu lado a feder, que em algum lugar uma criança dorme quentinha sob suas cobertas, sem hora pra acordar, uma vez que hoje é feriado, e isso faz do dia ainda mais especial.
Passo, por tudo quanto foi possível suportar, até chegar a porta principal, tendo o cruzar com o homem do final do corredor como meu último desagrado, afinal ele me olhou, e com isso tive de olhá-lo, o que me fez imaginar, quanto eu poderia ter economizado daquele instante.
Enfim, saio e contemplo a noite, nada mais me agrada que o frio e a noite, em um casebre no alto de uma montanha, frente a uma lareira, isso é meu sonho, porém, por hora apenas o frio e a noite, já me bastam. Cruzamos um grande pátio, no qual o homem gordo ao entrarmos, recomeça a falar alto, tentando me fazer escutar, mas me distrai a hipótese de sentir um cheiro de café, eu nem gosto de café, mas o cheiro, o cheiro me traz lembranças maravilhosas, de alguém que eu imaginava junto comigo em minha cabana, mas por hora apenas longe.
Basta!! Me atenho em um instante, pronto a virar-me e atirar-me contra aquele gordo, que me retira de minha imaginação, do meu sossego. Enfim, reflito, tento retomar o rosto da pessoa, mas impossível, o cheiro de café já passou, e me levou a única coisa associada a café que me fazia gostar de café.
Continuamos o percurso, e nos deparamos com uma série de homens, em geral sem semelhança alguma, a não ser a cara de sono, de quem acorda com os resquícios de gritos, ou com o hálito horrível daquele ser vivo que me acompanha.
Chegamos diz ele, o gordo, ao entrarmos na penúltima sala, totalmente retirada do resto das construções que formavam aquele lugar, uma sala escura precedido por um corredor com cheiro de abafado, com uma fraca iluminação, de onde só poderíamos saber duas coisas, não caberia no corredor mais que duas pessoas, e que o hálito do gordo ficava mais insuportável, pois ainda que não falasse o mesmo respirava de boca aberta, o que dificultava qualquer intenção do ar se renovar.
Entramos, por fim, em uma salinha onde não cabiam mais de trezentas pessoas, no máximo, não sei dizer, afinal, sou péssimo em medidas e essas coisas. A sala lotada, afinal era feriado, escolhido a dedo, todos se levantam quando entro, paro um instante e começo a refletir, o relógio bate 6:53, buscando com os olhos um nada incompreensível.
Tá difícil, sentado, todos sentam, uns alguéns falam alguma coisa, porém, não ouço, não por que não ouvi, apenas porque, não ouvi. Talvez ainda tenham alguns lugares livres, pensei eu, o que será, desagradável com certeza, não deixa nunca de ter platéia, porém, todos ali se mostram desagradáveis também, o que não me surpreende.
7:03 no meu relógio, começo a pensar a cada qual ...

miércoles, 10 de febrero de 2010

Situação (parte 1)

Eram passados das 6:04 de uma manhã que tardava em aparecer, minha roupa havia algum tempo já depositada sobre a cama, se é que posso assim me referir a este leito que me abriga.
Silencioso, encontro um corredor a minha frente, limpo, extremamente limpo, o cheiro de limpeza que me enjoa, retorce meu estômago, nem sequer uma poeira estava lá. Nesse espaço não jazia mais ninguém, apenas um senhor sentado em uma cadeira no final deste, recostado nela a forçá-la para trás, equilibrando-se apenas em seus dois pés traseiros.
De vez em vez eu tenho a impressão de que me olhava, analisava minha situação, mas a manhã ainda tardando a aparecer, me faz apenas sentir seus olhos em minha direção, mas não tenho condições de provir certeza alguma.
O frio e a neve jazem na noite, que as envolve, dizendo a todos, saboreiem esta condição. Minha condição faz de mim um alguém perdido, ainda, mas estou a procurar-me. Quando olho em meu relógio, tais ponteiros não me fazem mais tranquilo, são passados das 6:07, me sinto cansado, talvez seja pela noite que não me deixou estar-me.
Deitar é uma solução, mas o improvisado horário me faz refém, e 15 minutos de sono é pior que não dormir nada, continuo a insistir na minha condição.
É estranho pensar como vim parar aqui, e o que aqui é realmente, só consigo lembrar que me encarregaram de algo que ainda não entendo bem, a noite me fez confessá-la o que não sei direito, é uma espécie de padre, mas sem toda aquela coisa de culpa, vinte aves-marias e o caramba a quatro.
Não vejo olhos repreensivos, porque afinal é noite, e frio, e neva muito, assim sendo, nem os olhos do moço no fim do corredor eu vejo claramente, procuro meus olhos no espelho, mas minha face continua do mesmo jeito, e meus olhos não me encontram.
Esta transposição de horários, movimento repetidos dos ponteiros do relógio, tudo isso me angustia ainda mais, quando batem corretamente 6:17, ouço um forte estalo, este que trás um cheiro forte, de neve com chuva. Escuto os buchichos que junto com a porta entrara, alguém entra espaço a dentro, risadas das quais consigo sentir o hálito.
Não consigo mais pensar, as situações que me dispõem me tornam agora um objeto, objeto insalubre, o qual estará nas mãos de qualquer alguém incapaz. Mas tudo isso não faz sentido, e o frio bate em meu rosto novamente, me concentro, enquanto escuto passos, penso em colocar roupa, meu corpo está perfeitamente enrrugado, disperso, relevo, sorrio.
Chegaram, ...

jueves, 7 de enero de 2010

O Banqueiro Anarquista

Salve PESSOA !!!

Assim incio meu post sobre a mais recente obra que tive a honra de ler, a qual tem por título o acima citado Banqueiro!!!


Fernando Pessoa mostra nesta obra que sua imaginação, poder de raciocínio, e capacidade de surpreender positivamente seus leitores não tem mais fim.


Por muito tempo analiso e leio obras anarquistas, e sem dúvida ler o que um Poeta, dotado de raciocínio lógico e direto, descreve nesta obra me fez repensar sobre muitos pontos daquilo que acredito, estudo e desvendo.


Como diria uma irmã minha, "AAAAAAAAAA, PESSOA!!!!" sim, e sim.


Aqui vamos nós:

Neste conto, o qual a princípio apenas me chamou a atenção pelo autor e pelo título (só!!), me transportou para um mundo filosófico totalmente novo.

Pessoa fala na tirania que os seres humanos incutem um sobre os outros disfarçando-a sob a bandeira da "solidariedade", e esta é a grande descoberta de seu personagem, o banqueiro.

Este vive totalmente perdido em suas idéias sobre as ficções sociais, ou como prefiro "convenções sociais", estas que duramente também aprisionam e mantém o homem sobre as grades de vontades eleitas pela sociedade, a qual é escravizada por elas.

A tirania está sim em vários pontos do ser humano, ascendeu a governos, e isso me lembra o outro livro que terminei, "Lutando na Espanha" de Eric Blair, onde a luta contra Franco, une e desune várias situações políticas, pessoas com idéias de liberdade, que não se rendem.

Porém aí está uma das observações de Pessoa, não há como dizer-se livre, liberto de tiranos, se nos submetemos ou fazemos submeter qualquer outro ser vivo a convenções sociais, de como ser, o que é bom ou ruim, o que é certo e errado, reprimir desejos, buscar "sucesso".

Somos apenas pseudo libertos, se criamos momentos sociais repletos de moralismos, de convenções.

Pessoa explica, que libertar-se é principalmente conseguir livrar-se das principais tiranias dessas convenções. Sim! Não é fácil, e nem seria, quando o caminho em sua maioria deve ser traçado sozinho.

E aí entendo a colocação de Pessoa, mas me atrevo a discordar dele, o caminho de um anarquista não é fácil, sua vida é cheia de momentos de desassossego, e nesses instantes, encontramos a esperança renovada nas palavras daqueles "camaradas", que te olham com alegria e dizem "saúde".

A situação é mais complexa que essas parcas linhas são capazes de transmitir, mas acreditem, toda e qualquer discussão, filosófica ou não, encontra em PESSOA uma visão nova.

Deve de ser o poder inesgotável deste senhor, em criar-se e recriar-se a cada dia, o Banqueiro, nada mais é do que um pensador, uma das muitas personalidades de PESSOA, criando em nós a recompensa por cada linha que segue-se.

Rafael

domingo, 3 de enero de 2010

Houve uma garota

Houve uma garota que me ensinou algumas coisas.....
Me mostrou que o mundo não é apenas redondo.....
Mas sim quadrado, losangular e o que mais eu quisesse......
Basta acreditar....
Essa garota me falou de coisas que eu ainda não conhecia....
Me contou sobre Neruda, e eu descobri que este já a conhecia..... (Teu Riso)
Houve uma garota que em suas horas tolas me colocava contra a parede.......
Dizia que o mundo só se muda com a mudança do ser humano....
E que este era imutável........
Ela me fez acreditar que era possível querer, me querendo.....
Ela me deu sabor, e eu bebi....
Nunca projetei nela pedestais divinos, pois sua melhor qualidade é ser de carne e osso.....
E eu jamais violaria isso......
Houve uma garota que me mostrou que é possivel viver na contradição........
Que é necessário e faz bem, ser um só.......
Quando olhei pra ela descobri que o pecado é verde.....
E verdade seja dita, o pecado também pode ser divino....
Pois o que seria do perdão sem o pecado???
E quando ela me perguntou o que era pra mim....
Eu apenas respondi sem dúvidas......
És meu prazer.......
Houve uma garota que de muitas, apenas ela.....
E que dela apenas um bom dia.....
Ela é quase diferente...........
Nesse mundo em que todos querem ser diferente....
Acabando tão iguais.......
Ela é diferente................
Sendo tão normal.............