miércoles, 27 de mayo de 2009

Positivismo Social!!

Excluir quem não se adapta......
No auge de uma dor lascinante....
Que minha reclamação se dava frenética....
Meu corpo já não mais aguentava.....
Quando minha vontade era retirar aquele que doia....
Que incomodava meu sono e meu dia.......
Retirar de qualquer maneira aquilo que perturbava o bom andamento do restante.....
Quando me dei conta......
Que ao fazer isso estava presando pela minha rotina....
Pelo dia-a-dia imutável que querem de nós....
Pais, padres e patrões.......
Que não mudemos nunca.....
Permanecendo em pé, seja a que custo for....
E esse que me incomodava.....
O qual havia minutos eu estava a beira de uma operação para removê-lo....
Este indesejável.......
Estava me salvando, de tudo aquilo que estava me causando dor.....
Quando parei por instantes e mesmo estes tendo virado dias.......
Eu mudei tudo, eu melhorei, acrescentei, tratei......
E digo que não foi ele que melhorou e se adequou......
Fui eu que parei de fazer sempre o mesmo.....
Me enlouquecer pelo mesmo, alegrar pelo mesmo....
Foi o meu corpo (social ou particular) que mudou.....
Sorrindo por coisas inúteis.......
Adaptando a vida que não estava sabendo viver.....
É mudando e reinventando a partir do diferente.....
Daquilo que num primeiro momento você quer jogar fora.....
Excluir, banir, em nome do 'bem maior'.......
Pois o 'bem maior' não chega excluindo o diferente......
Machucando a liberdade, até mesmo de doer.......
E mesmo quando voltei pra casa.......
Eu era outro, vi tudo e todos me viram, diferente........
As paredes não eram mais as mesmas.......
E minha cama havia mudado de lugar.......
Ainda que estranhamente tudo estivesse como antes......

Mexicano

p.s: elaborado a partir de uma conversa sem proposito com minha namorada, a qual me mostrou o que estava acontecendo, mesmo sem saber o que havia acontecido, dentro do corpo.

martes, 19 de mayo de 2009

Alvaros, Nerudas e afins

Walking Around (Pablo Neruda)

Acontece que me canso de meus pés e de minhas unhas,
do meu cabelo e até da minha sombra.
Acontece que me canso de ser homem.
Todavia, seria delicioso
assustar um notário com um lírio cortado
ou matar uma freira com um soco na orelha.
Seria belo
ir pelas ruas com uma faca verde
e aos gritos até morrer de frio.
Passeio calmamente, com olhos, com sapatos,
com fúria e esquecimento,
passo, atravesso escritórios e lojas ortopédicas,
e pátios onde há roupa pendurada num arame:
cuecas, toalhas e camisas que choram
lentas lágrimas sórdidas.


Dificilmente me dignaria a postar algo aqui que não fosse de minha autoria, mas se não Alvaro de Campos, Pablo Neruda ou algum desses loucos que por algum motivo resolveram compartilhar com o mundo o que pensam, é neles também que encontro dignos pensamentos que consomem e alimentam a alma.

O que seria de nossa vida se não fosse a mágica e distante presença das estrelas dos nossos sonhos??? Sentimentos e pensamento???

Não sei com que propósito me disponho a ser, existir, mas me disponho a pensar também, e compartilhar cartas e desamores...........alguns momentos como esse...andando na rua com um livro na mão, rindo sozinho das loucuras que me passam na cabeça..........

Algum dia ainda compartilho essas loucuras também

Mexicano

lunes, 11 de mayo de 2009

Tendo a Lua

De que maneira ao perscrutar a linha do infinito....
Num sol estamentado e autoritário.....
Que nunca deixa de brilhar ser imponente....
Nos queima a pele com força sobrevinda de um poder que lhe foi atribuído....
Seca as plantações, e seu excesso também nos leva a fome.....
Salvo pelas pequenas nuvens que de hora em hora....
Dia em dia, ou mesmo semanas......
Se prostam diante de sua "majestade".....
Interferindo seu curso de raios.....
Essas nuvens que de alguma forma incomodam.....
São também o equilibrio entre a força e a resistência.....
Fazem seu papel, mesmo sabendo impossivel bloquear o Sol por tempo suficiente.......
Mas até que se faça a chuva, estão ali........
E sempre voltam.........
Mesmo da tirania do Sol......
Vem as nuvens e as tempestades, perturbando a organização imposta.....
Onde o Sol brilha pra todos, porém apenas queimando a nuca de alguns........
Se não fora as nuvens, quando repousariamos na sombra???
Estariamos a ser castigados pela força initerrupta desse arbitrário......
Queimando árvores também, fonte de sossego.....
Com seu chicote de tiras de couro UVA e UVB........
Castigando a pele dos demais........
Mas que sejam as chuvas........
Que as correntezas por onde passam arrastem as diferenças.....
E nos coloquem todos sob o mesmo viaduto.......
Mas apenas com essa força podemos contar.......
Das nuvens e tempestades......
Afinal o Sol já toma mais da metade dos dias de nossas vida.......
E o céu precisa agora da Lua, que vem quando o azul do céu muda de cor....
Tudo vira do avesso, se inverte.....
Mas a beleza que existe permanece.....
Um pouco diferente.........
Mas apenas aí é que as estrelas começam a brilhar........


Mexicano