viernes, 24 de julio de 2009

Cético

Sobre o ser...
Nada.....
Nesse espaço, o qual não posso afirmar nem que seja um espaço.......
Não encontrarás o que busca.......
Pois não faço do espaço uma caixa.........
Cheia de entulhos, não há dúvidas......
Só não considero-o uma caixa.........
Caixas guardam coisas......
Coisas que você pode achar depois.....
Aqui você não achará nada......
Existem coisas que aqui estão.....
Mas elas não serão achadas........
Ela se perderão......
Ao ser, ao amanhã, ao Deus dará.........
Mas esse espaço, que não posso afirmar ser um espaço......
Deve de nem existir..........
Assim como as flores que a música tenta me dar.......
O que serás então de tudo????
De tudo que busca e não achas aqui????
Se você procura, o que quer que procures, deixe que procures......
Como a concordância e a saliência que produzem seus lábios......
Estes que também de cá pra lá, estão em um espaço qualquer.....
Que não chega a ser uma caixa....
Pois caixas guardam alguma coisa........
E espaços guardam as caixas que guardam algumas coisas.....
Por tudo isso que te digo, que não posso afirmar, ser isso uma caixa, nem mesmo um espaço....


Mexicano

jueves, 9 de julio de 2009

Pessoas

O Poeta é um fingidor.

Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

De qualquer forma...

Não tenho ambições nem desejos
Ser poeta não é uma ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho...

Fernando Pessoa por ele mesmo, ou como Caeiro, ou como quem ele quisesse ser, pode nunca ter tido a idéia fixa de ser um poeta, muito menos de criar poetas, no entanto o que me pergunto, é porque suas linhas nos levam a vontade tão forte de fazer poemas???
Será a necessidade de encontrar-se sozinho???
De virar uma esquina e dar de cara a um beco sem fim???
A forma que toma nossas vontades, faz da vida uma Vida, ou apenas um espectro daquilo que poderia ter sido.....
Se nas linhas encontramos um poema, um verso, tanto faz, o que realmente importa, é se neles encontramos o sentimento, que a vida tem tomado....
Afinal

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Ao contrario do que se possa parecer, nessas linhas que não são minhas, nesses poemas que não são meus, os sentimentos estranhamente são meus também, e seus, e de quem mais estiver a se procurar, acha-se então.

Mexicano