jueves, 7 de enero de 2010

O Banqueiro Anarquista

Salve PESSOA !!!

Assim incio meu post sobre a mais recente obra que tive a honra de ler, a qual tem por título o acima citado Banqueiro!!!


Fernando Pessoa mostra nesta obra que sua imaginação, poder de raciocínio, e capacidade de surpreender positivamente seus leitores não tem mais fim.


Por muito tempo analiso e leio obras anarquistas, e sem dúvida ler o que um Poeta, dotado de raciocínio lógico e direto, descreve nesta obra me fez repensar sobre muitos pontos daquilo que acredito, estudo e desvendo.


Como diria uma irmã minha, "AAAAAAAAAA, PESSOA!!!!" sim, e sim.


Aqui vamos nós:

Neste conto, o qual a princípio apenas me chamou a atenção pelo autor e pelo título (só!!), me transportou para um mundo filosófico totalmente novo.

Pessoa fala na tirania que os seres humanos incutem um sobre os outros disfarçando-a sob a bandeira da "solidariedade", e esta é a grande descoberta de seu personagem, o banqueiro.

Este vive totalmente perdido em suas idéias sobre as ficções sociais, ou como prefiro "convenções sociais", estas que duramente também aprisionam e mantém o homem sobre as grades de vontades eleitas pela sociedade, a qual é escravizada por elas.

A tirania está sim em vários pontos do ser humano, ascendeu a governos, e isso me lembra o outro livro que terminei, "Lutando na Espanha" de Eric Blair, onde a luta contra Franco, une e desune várias situações políticas, pessoas com idéias de liberdade, que não se rendem.

Porém aí está uma das observações de Pessoa, não há como dizer-se livre, liberto de tiranos, se nos submetemos ou fazemos submeter qualquer outro ser vivo a convenções sociais, de como ser, o que é bom ou ruim, o que é certo e errado, reprimir desejos, buscar "sucesso".

Somos apenas pseudo libertos, se criamos momentos sociais repletos de moralismos, de convenções.

Pessoa explica, que libertar-se é principalmente conseguir livrar-se das principais tiranias dessas convenções. Sim! Não é fácil, e nem seria, quando o caminho em sua maioria deve ser traçado sozinho.

E aí entendo a colocação de Pessoa, mas me atrevo a discordar dele, o caminho de um anarquista não é fácil, sua vida é cheia de momentos de desassossego, e nesses instantes, encontramos a esperança renovada nas palavras daqueles "camaradas", que te olham com alegria e dizem "saúde".

A situação é mais complexa que essas parcas linhas são capazes de transmitir, mas acreditem, toda e qualquer discussão, filosófica ou não, encontra em PESSOA uma visão nova.

Deve de ser o poder inesgotável deste senhor, em criar-se e recriar-se a cada dia, o Banqueiro, nada mais é do que um pensador, uma das muitas personalidades de PESSOA, criando em nós a recompensa por cada linha que segue-se.

Rafael

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