viernes, 6 de agosto de 2010

Nascimento!!!

"Quando nascemos fomos programados, a receber o que vocês, nos empurraram como os enlatados, dos E.U.A (...)"
Com essa frase da consagrada música de Renato Russo, Geração Coca-Cola, começo a escrever o que analisei, e me aflorou ainda mais nesta linda manhã, de sexta-feira beatles.
Dívidas, pagas ou não, são uma realidade de todos, nossas fiéis amigas, mas quão "doce", é o sabor de pagar por aquilo que VOCÊ fez, uma coisa que VOCÊ escolheu.
Retrocedemos muito em nossas mentes, ao depararmos com as dívidas morais que possuímos, dívidas essas difíceis de pagar e suportar.
Ao nascermos, homens, nossa única certeza é que serviremos o exército brasileiro, onde aprenderemos a "sermos homens", pau mandados, silenciados pela força.
Força de um sistema (su)impositório que nos coloca todas as ordens, escondidas atrás de "fardas" e gritos, onde a humanidade deixa de existir, e passa a surgir o sub-humano, nossa condição primária de ser humano, é termos hora marcada para nos tornar-mos sub-humanos.
Afinal, a violência é a arma do negócio, ou o que mais poderia sustentar esse "negócio" que tantos querem se ver livre, mas ainda assim se vêem obrigados a participar.
Preferia eu o sistema antigo, onde o homem, virava HOMEM, na concepção masculina da época, aos 14 ou 15 anos, quando o pai o levava e algum bordel, ou puteiro mesmo, para ver se "gosta da coisa".
É terrível pensar que nosso fardo sempre foi tão pesado, nessa imposição forjada de seres humanos que também tem a sua parcela de inocência, afinal o sistema não foi criado por eles, mas é mantido por todos.
Triste, real, insensato!!!!
A situação ainda é mais abrangente, aos 16, ao invés de irmos aos bordéis, vamos ao pior de todos os puteiros, e no sentido triste do termo, a justiça eleitoral, forjar um documento que é nada mais que o cimento que segura os tijolos das paredes de todo esse sistema.
Ainda é, no entanto, apenas uma dívida "moral", o seu senso de "coletividade e cidadania", que faz você ter "consciência" daquilo tudo que o envolve.
Aos 18, mais uma obrigação moral, agora é instituído, e não há escape, somente a força mais uma vez, detenção aos subversivos, gritam os "civis" mais desinformados e os interessados mais abusados.
Votam nulo, os alienados!!!
Os gritos continuam, é a cultura do "menos pior" que retorna, que nos leva a discursos prolongados em mesas do almoço no domingo, a encher nosso saco com ladainhas antigas e ultrapassadas.
Mas como ultrapassadas??? Se ainda são as idéias dominantes, tão dominadoras da vida de todos, esses conceitos morais, dívidas e obrigações que são inerentes ao entrarmos, sem opção própria, no útero de nossas progenitoras, eu só posso dizer, tristes os caminhos que nos aguardam.
Que nasçamos um dia mais, despertemos da ignorância, e coloquemos a vanguarda de nosso mundo nas estantes, até lá, meus pêsames e minhas desculpas por tudo que criamos.
p.s: dedicado aos Vitor's, Pedro's, Marcelo's entre tantos outros que tem uma vida pela frente e um sub-mundo ao seu lado!!!

3 comentarios:

J. dijo...

você é genial!
Mas não concordo com a parte do puteiro. Melhor então voltar mais ainda, quando homem era aquele que podia lutar com honra - pois sim, eu acredito em guerras honradas - entre os bárbaros nórdicos. (pq será?) Homem, era o que carregava a espada. Ou mais ainda, homem, assim como a mulher, era quando criava um filho.

Não há responsabilidade em se provar com algo tão difuso quanto sexo. Mais ainda se for sexo pago. Pode se comprar tudo.
Mas partilho da necessidade de perdão pelo mundo que criamos, então, dedico seu texto ao meu felipe também, posso?

variantes verdades dijo...

Acho que me expressei mal quanto a questão do puteiro, e partilho sim sua opinião janinha, mas devo me explicar.

Quando falo que era melhor irmos ao puteiro pra ver se "gostamos da coisa" é na idéia do "faça amor não faça guerra", afinal acho ridiculo sermos preparados pra iminência de uma guerra, na flor de nossa mocidade, ao invés de sermos preparados pro amor, pra paz, pra coisas que realmente são importantes.

Acredito que pode ter sido equivocado o exemplo, mas o sentimento soi "nobre".

Obrigado janinha pela constante colaboração

Rafael

Pri dijo...

ser preparado para o amor, para a paz num mundo podre criado por nós mesmos é realmente contraditório, mas pra que então colocaríamos filhos no mundo senão para prepará-los para o amor e a paz, desejando, sonhando, utopizando que assim realmente seja, e o mundo realmente mude?

Também não concordo com a parte do puteiro, afinal o que é um puteiro se não uma guerra celebrando a venda de putas para homens se auto afirmarem como machos através do sexo?? isso pra mim é fazer guerra e não amor...
Mas entendi e acho muito válida a sua indignação!
beijo