jueves, 9 de julio de 2009

Pessoas

O Poeta é um fingidor.

Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

De qualquer forma...

Não tenho ambições nem desejos
Ser poeta não é uma ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho...

Fernando Pessoa por ele mesmo, ou como Caeiro, ou como quem ele quisesse ser, pode nunca ter tido a idéia fixa de ser um poeta, muito menos de criar poetas, no entanto o que me pergunto, é porque suas linhas nos levam a vontade tão forte de fazer poemas???
Será a necessidade de encontrar-se sozinho???
De virar uma esquina e dar de cara a um beco sem fim???
A forma que toma nossas vontades, faz da vida uma Vida, ou apenas um espectro daquilo que poderia ter sido.....
Se nas linhas encontramos um poema, um verso, tanto faz, o que realmente importa, é se neles encontramos o sentimento, que a vida tem tomado....
Afinal

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Ao contrario do que se possa parecer, nessas linhas que não são minhas, nesses poemas que não são meus, os sentimentos estranhamente são meus também, e seus, e de quem mais estiver a se procurar, acha-se então.

Mexicano

2 comentarios:

pri dijo...

amo pessoa's...mas Caeiro....ah...minha alma voa!

Primo dijo...

Qualquer idéia que te agrade,
Por isso mesmo... é tua.
O autor nada mais fez que vestir a verdade
Que dentro em ti se achava inteiramente nua...

é de um tal de Mário Quintana..